Por quase duas décadas, a imprensa brasileira ignorou — para não dizer escondeu — a existência do Foro de São Paulo, e quem quer que ainda fale a respeito é acusado de "teórico da conspiração", seja por "idiotas úteis" (como Lenin se referia a seus colaboradores inconscientes), seja por militantes cínicos, de modo que, se não há mesmo cura para os segundos, os primeiros ao menos, diante das provas aqui reunidas, precisarão escolher se serão tão cínicos quanto eles, ou se finalmente admitirão a própria idiotice — etapa fundamental do seu processo de cura.
PT/FARC/FORO - SEQUÊNCIA DE FATOS Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o artigo "O perigo sou eu", no qual pede mais uma vez ao leitor — já o tinha feito em "Relendo notícias", de 2003 — a gentileza de examinar brevemente esta sequência de fatos:
"· Abril de 2001: O traficante Fernandinho-Beira Mar confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
· 17 de outubro de 2002: O PT, através do assessor para assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma em nota oficial que o partido nada tem a ver com as Farc e que o Foro de São Paulo é apenas 'um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional'.
· 1º de março de 2003: O governo petista estende oficialmente seu manto de proteção sobre as Farc, recusando-se a classificá-las como organização terrorista conforme solicitava o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
· 24 de agosto de 2003: O comandante das Farc, Raul Reyes, informa que o principal contato da narcoguerrilha no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.
· 15 de março de 2005: Estoura o escândalo dos cinco milhões de dólares das Farc que um agente dessa organização, o falso padre Olivério Medina, afirma ter trazido para a campanha eleitoral do sr. Luís Inácio Lula da Silva. O assunto é investigado superficialmente e logo desaparece do noticiário.
· 9 de abril de 2006: O chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando Vermelho — entre eles pelo menos um da Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira — vão periodicamente à fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
· 12 de maio de 2006: O PCC em São Paulo lança ataques que espalham o terror entre a população. Em 27 de dezembro é a vez do Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.
· 18 de julho de 2006: O Supremo Tribunal Federal, sob a pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT, concede asilo político ao falso padre Olivério Medina, agente das Farc.
· 16 de maio de 2007: O juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha urbana.
· Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios ao seu 3º. Congresso, o PT admite que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no Brasil um regime socialista; e fornece ainda um segundo desmentido à nota de Giancarlo Summa, ao confessar que o Foro de São Paulo é 'um espaço de articulação estratégica' (sic).
· 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das Farc.
Entre esses fatos ocorreram outros inumeráveis cuja data não recordo precisamente no momento, entre os quais o fornecimento maciço de armas às Farc pelo governo Hugo Chávez, uma campanha nacional de mídia para desmoralizar o analista estratégico americano Constantine Menges que divulgava a existência de um eixo Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre guerrilheiros das Farc e soldados do Exército brasileiro na Amazônia, as denúncias de que as Farc davam treinamento em guerrilha urbana aos militantes do MST e, é claro, várias assembléias gerais e reuniões de grupos de trabalho do Foro de São Paulo.
A existência de uma ligação profunda, constante e solidária entre o PT e as Farc é um fato tão bem comprovado, que quem quer que insista em negá-la só pode ser parte interessada na manutenção do segredo ou então um mentecapto incurável. (...)"
Trechos do discurso de Lula, em que ele lembra de quando teve a ideia do Foro e do dia em que conheceu Fidel Castro, admite que Chávez tentou um golpe na Venezuela, e mostra como os participantes da entidade foram conquistando o poder em toda a América Latina, país por país (além, é claro, de soltar todas as suas bravatas eleitoreiras): "(...) Querido companheiro Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e sua companheira Rosario [Murillo]; querido companheiro [Ricardo] Alarcón [de Quesada], representando aqui o extraordinário povo cubano; querido companheiro [Nicolás] Maduro, chanceler da Venezuela, queridos companheiros latino-americanos e convidados para essa 17ª reunião do Foro de São Paulo.
Eu tenho sempre a preocupação, querido [José Manuel] Zelaya, de participar desses Foros e falar em português. [Trecho inaudível...] não entende nada do que 'yo hablo'. [Risos.] Eu tenho um tradutor que é um cubano naturalizado brasileiro. Se precisar o tradutor pode traduzir para que todo mundo entenda o que estou “hablando”. Se entende... Bom, se não entender, eu não tenho culpa.
Eu queria dizer a todos vocês que eu tô emocionado porque faz muito tempo que eu não participo de uma reunião do Foro de São Paulo. Parece que a última foi no Bar Latino em São Paulo em 2005, mas muito de passagem. E eu lembro quando tivemos a ideia de construir o Foro de São Paulo. Em 1985, eu fiz uma entrevista para um jornal brasileiro, e eu dizia que não era possível um metalúrgico chegar à presidência pelo voto e disputando democraticamente uma eleição. Quatro anos depois, eu fui à primeira disputa presidencial, fui para a segunda volta [turno], e terminei as eleições com 47% dos votos. O PT saiu muito fortalecido daquela eleição. Os partidos de esquerda que estão aqui, brasileiros — não sei se estão todos, mas o PCdoB, o PSB, não sei se estão... o PDT — que estiveram juntos comigo, todos nós saímos muito fortalecidos.
E nós fomos aprendendo a conviver entre nós, e fomos construindo uma relação democrática difícil, complicada, muitas vezes era necessário muita paciência. Eu lembro que uma vez na reunião do Foro de São Paulo em El Salvador, nós não deixamos o Chávez participar, porque Chávez tinha tentado o golpe na Venezuela e nós não deixamos ele participar. Era muito difícil. Havia um processo de desconfiança entre nós muito grande. E de coração eu quero dizer pra vocês que uma das forças políticas que mais contribuiu para que nós chegássemos a construir o que nós construímos foram os companheiros do partido comunista cubano, que sempre tiveram paciência e experiência de nos ajudar. Não posso desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio Garcia, que hoje está no governo, não está aqui, mas que participou de quase todas as reuniões do Foro de São Paulo.
Eu fico olhando a América do Sul. Quando cheguei à presidência em 2002, só tinha o Chávez. Mesmo assim, tinha sofrido um golpe. Depois, veio [Nestor] Kirchner. Depois de Kirchner, veio eleições no Paraguai. Depois, no Uruguai, com Tabaré [Ramón Vázquez Rosas]. Depois veio no Equador. E nós fomos fazendo uma mudança extraordinária que culminou com a eleição do companheiro Evo Morales na Bolívia. [Aplausos.] É a demonstração mais viva dessa evolução política da esquerda latino-americana. [Aplausos.]
Porque esses meninos, e eu digo meninos porque tive o prazer de participar no dia 19 de julho de 1980 do primeiro aniversário da Frente Sandinista quando o orador principal foi Tomás Borges, o dia em que eu conheci Fidel Castro e fomos comer uma lagosta na casa não sei de quem, e eu lembro perfeitamente bem que, depois de chegar ao poder por uma revolução, no momento certo a Frente Sandinista não teve medo e convocou eleições democráticas. Perdeu. Daniel é o único ser humano do planeta que perdeu mais eleições do que eu. Eu perdi três eleições. Daniel perdeu quatro eleições. [Risos.] Quatro eleições. Entretanto, por nenhum momento, por mais acusado que esse companheiro fosse, ele deixou de acreditar que o caminho da democracia que a Frente Sandinista tinha optado era o melhor para a Nicarágua. E agora está o companheiro de volta para a presidência da República pela via do voto direto. Eu, como vocês estão percebendo, tenho muita dificuldade de fazer qualquer discurso de oposição depois de oito anos de governo.
E tudo isso, querida Mocha, eu conversava muito com meu amigo [Alejandro] Toledo e conversava muito com Alan García. Quantas e quantas vezes eu dizia: 'Companheiro, a coisa mais fácil, a coisa mais barata, o que custa menos para um governo é gastar dinheiro com o pobre, porque o pobre custa muito pouco para o Estado.' E quando nós criamos o Bolsa-Família, até alguns companheiros da esquerda no meu pais diziam que era política assistencialista. E as pessoas não sabem o milagre que uma mãe faz com 40, ou 50, ou 60 dólares na mão. Um rico dá de gorjeta depois de tomar um uísque. Mas uma mãe pobre, ela é capaz de levar comida para um filho para muitos dias com pouco dinheiro. E nós, no meio da crise, colocamos praticamente 52 milhões de brasileiros, ou 13 milhões de famílias, para receber uma ajuda mínima.
E essa gente se transformou em consumidor, se transformou em gerador de emprego, e se transformou em pessoas que ajudaram a economia a crescer. Um dado importante: no auge da crise de 2008, a classe C da região mais pobre do Brasil, que é o Nordeste e o Norte, consumiram mais do que a classe A e a classe B da região sul do país, numa demonstração que quando o pobre tem um pouquinho de dinheiro na mão, ele não deposita no banco pra especular. Ele vai comprar comida, ele vai comprar roupa, ele vai fazer com que a roda da economia comece a girar. É por isso que, em apenas 8 anos, nós tiramos 28 milhões de brasileiros da extrema pobreza e colocamos 36 milhões na classe média. Eu acho que poucas vezes foi possível um país sofrer um processo de evolução, de transformação econômica que nós sofremos no Brasil. (...)" FORO DE SÃO PAULO ESTÁ POR TRÁS DAS MANIFESTAÇÕES NO BRASIL - JUNHO/2013
Notas de Olavo de Carvalho:
"O movimento arruaceiro foi lançado pelo Foro de São Paulo, como confessou o sr. Valter Pomar, para forçar um 'upgrade' do processo revolucionário, passando da fase 'de transição' para a de 'ruptura'. Como sempre acontece nessas ocasiões, alguns líderes da primeira fase teriam de ser sacrificados, caso não se adaptassem rapidamente ao novo ritmo das mudanças. A presidenta Dilma Rousseff e até o PT como um todo apareciam no cardápio como fortes candidatos à posição de cabeças cortadas. A "Constituinte" de Dona Dilma é apenas um recurso desesperado a que ela faz apelo para salvar o próprio pescoço, mostrando serviço ao Foro para provar que, em vez de ser passada para trás, pode tomar a dianteira do processo e tornar-se sua condutora em vez de sua vítima. Evidentemente, isso implica atenuar um pouco o sentido da 'ruptura' e esticar um pouco a fase de 'transição', criando uma etapa mista que assegure a sobrevivência, no poder, de pelo menos uma parte da primeira geração de líderes revolucionários, tradicionalmente a candidata maior ao exílio ou ao cemitério quando chega a fase da 'ruptura'. Como todo governante 'de transição', Lula e Dilma sempre viveram de arranjos e acomodações, aos quais agora o Foro de São Paulo queria dar um 'basta'. A reação 'de direita' que se viu nas ruas mostrou que a 'ruptura' era um tanto prematura demais, e isso, de certo modo, devolveu a iniciativa do processo ao governo 'de transição'. Meno male. Em todo caso, o fator agente decisivo é, agora como antes, o Foro de São Paulo. Dilma é o rabo que jamais abanará o cachorro."
(Olavo de Carvalho)
"TODA REVOLUÇÃO COMUNISTA É FEITA PELA ESQUERDA CONTRA A ESQUER
DA. A REVOLUÇÃO É UM MONSTRO QUE SE ALIMENTA DE SI MESMO. FOI SEMPRE ASSIM, NUNCA SERÁ DE OUTRO MODO. A PRIMEIRA LEVA DE REVOLUCIONÁRIOS É SEMPRE SACRIFICADA. ISSO É UM DADO HISTÓRICO FUNDAMENTAL, MAS MUITO IGNORADO NO BRASIL."
"A esquerda inventa mil novas propostas, mil novas leis, mil novos programas, sabendo que uns irão adiante, outros serão barrados, mas TODOS manterão a direita ocupada em discussões sem fim enquanto o poder do Foro de São Paulo cresce de um modo ou de outro. Por exemplo, se o casamento gay é aprovado, é uma vitória. Se é rejeitado, dá ocasião a novos protestos. E assim por diante. Do mesmo modo, o Foro ganha com o sucesso do PT, que amplia os seus meios de ação, ou com o fracasso do PT, que é capitalizado como argumento em favor da 'ruptura'. Hegemonia é isso: é dominar o tabuleiro e ganhar pelos dois lados. CHEGA de discutir propostas uma a uma. O que é preciso é queimar a raiz de onde TODAS elas nascem.
(Olavo de Carvalho)
"Aviso: Não peçam meu apoio a nenhum movimento que seja 'contra a Dilma', 'contra o PT', 'contra os corruptos' ou coisa assim. Só apóio o que seja:
CONTRA O COMUNISMO
CONTRA O FORO DE SÃO PAULO
Estou muito velho para perder meu tempo com VEADAGENS CÍVICAS."
(Olavo de Carvalho)
"O negócio não é 'Não vote no PT'. É NÃO VOTE EM COMUNISTA. Em nenhum comunista, seja do PT ou de onde for, seja ostensivo ou camuflado. Coisas como PSTU e PSOL são INFINITAMENTE PIORES do que o PT.
NÃO VOTE EM COMUNISTA.
NÃO VOTE EM PUXA-SACOS DO COMUNISMO.
NÃO VOTE EM CÚMPLICES DO COMUNISMO."
(Olavo de Carvalho)
"Impeachment da Dilma para que? Para trocá-la por outro membro do Foro de São Paulo?
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Em vez de lutar contra infindáveis PECs, PLs, decretos, etc., tentando matar baratas pelo método de jogar uma naftalina na cabeça de cada uma, vão direto ao ponto:
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Sou a favor da manifestação contra o Foro, porém o mais urgente é persuadir o Ministério Público — ou uma CPI — a investigar as finanças dessa instituição cujos recursos, misteriosíssimos, parecem ser ilimitados.
"Aviso: Não peçam meu apoio a nenhum movimento que seja 'contra a Dilma', 'contra o PT', 'contra os corruptos' ou coisa assim. Só apóio o que seja:
CONTRA O COMUNISMO
CONTRA O FORO DE SÃO PAULO
Estou muito velho para perder meu tempo com VEADAGENS CÍVICAS."
(Olavo de Carvalho)
"O negócio não é 'Não vote no PT'. É NÃO VOTE EM COMUNISTA. Em nenhum comunista, seja do PT ou de onde for, seja ostensivo ou camuflado. Coisas como PSTU e PSOL são INFINITAMENTE PIORES do que o PT.
NÃO VOTE EM COMUNISTA.
NÃO VOTE EM PUXA-SACOS DO COMUNISMO.
NÃO VOTE EM CÚMPLICES DO COMUNISMO."
(Olavo de Carvalho)
"Impeachment da Dilma para que? Para trocá-la por outro membro do Foro de São Paulo?
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Em vez de lutar contra infindáveis PECs, PLs, decretos, etc., tentando matar baratas pelo método de jogar uma naftalina na cabeça de cada uma, vão direto ao ponto:
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Sou a favor da manifestação contra o Foro, porém o mais urgente é persuadir o Ministério Público — ou uma CPI — a investigar as finanças dessa instituição cujos recursos, misteriosíssimos, parecem ser ilimitados.
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
"Chega de discutir pontos particulares do programa comunista. É preciso acertar no coração do bicho em vez de apenas roer-lhe as unhas."
(Olavo de Carvalho)
"Também chega de discutir lindas 'propostas positivas' para um Brasil melhor enquanto a praga comunista não for extirpada. Quando uma jovem está sendo estuprada, não é hora de sonhar com um lindo casamento, filhinhos, uma casa própria etc. É hora de parar o estuprador."
"Já escrevi que, na infância, eu tinha um tremendo complexo de burrice, achava que todo mundo entendia tudo e só eu era o cego perdido no tiroteio. Adotei como objetivo da minha vida entender e explicar — se possível — o que se passa. Não sou líder de merda nenhuma, não tenho ideologia definida, não tenho nenhum programa de ação a oferecer. Mas posso fornecer, aos interessados, algumas informações e análises históricas para que, no devido tempo, descubram o que fazer — e façam. Como diria o Pernalonga: That's all, folks."
Ver também: "Quem paga?" e "Caos e estratégia", de Olavo de Carvalho.
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