Que se entende pela palavra Sacramento?
R: Pela palavra Sacramento entende-se um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para santificar as nossas almas.
Por que chamais aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça?
R: Chamo aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça, porque todos os Sacramentos significam, por meio de coisas sensíveis, a graça divina que eles produzem na nossa alma.
Explicai com um exemplo como os Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça.
R: No Batismo, o ato de derramar a água sobre cabeça da pessoa, e as palavras: Eu te batizo, isto é, eu te lavo, em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, são um sinal sensível do que o Batismo opera na alma; porque assim como a água lava o corpo, assim a graça, dada pelo Batismo, purifica a alma, do pecado.
Quantos e quais são os Sacramentos?
R:Os Sacramentos são sete, a saber: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema- Unção, Ordem e Matrimônio.
Quantas coisas se requerem para fazer um Sacramento?
R:Para fazer um Sacramento requerem-se a matéria, a forma, e o ministro, que tenha intenção de fazer o que faz a Igreja.
Que é a matéria dos Sacramentos?
R: A matéria dos Sacramentos é a coisa sensível que se emprega para os fazer; como, por exemplo, a água natural no Batismo, o óleo e o bálsamo na Confirmação. 5
Que é a forma dos Sacramentos?
R: A forma dos Sacramentos são as palavras que se proferem para os fazer.
Quem é o ministro dos Sacramentos?
R: O ministro dos Sacramentos é a pessoa que faz ou confere os Sacramentos. § 2o - Do efeito principal dos Sacramentos, que é a graça
Que é a graça?
R: A graça de Deus é um dom interior, sobrenatural, que nos é dado sem merecimento algum da nossa parte, mas pelos merecimentos de Jesus Cristo, em ordem à vida eterna.
Como se divide a graça?
R: Divide-se a graça em: graça santificante, que se chama também habitual; e graça atual.
Que é a graça santificante?
R: A graça santificante é um dom sobrenatural, inerente à nossa alma, que nos faz justos, filhos adotivos de Deus e herdeiros do Paraíso.
Quantas espécies há de graça santificante?
R: Há duas espécies de graça santificante: graça primeira, e graça segunda.
Que é a graça primeira?
R: A graça primeira é aquela pela qual o homem passa do estado de pecado rnortal ao estado de justiça, de amizade com Deus.
E que é a graça segunda?
R: A graça segunda é um aumento da graça primeira.
Que é a graça atual?
R: A graça atual é um dom sobrenatural que ilumina nossa inteligência, move e fortalece a nossa vontade, a fim de que pratiquemos o bem e evitemos o mal.
Podemos nós resistir à graça de Deus?
R: Sim, podemos resistir à graça de Deus, porque ela não destroi o nosso livre arbítrio.
Com as nossas forças, podemos nós fazer alguma coisa que nos seja útil para a vida eterna?
R: Sem o auxílio da graça de Deus, só com as nossas forças, não podemos fazer nada que nos seja útil para a vida eterna.
Como nos comunica Deus a graça?
R: Deus nos comunica a graça principalmente por meio dos santos Sacramentos.
Além da graça santificante, conferem-nos os Sacramentos mais outra graça?
R: Os Sacramentos, além da graça santificante, conferem também a graça sacramental.
Que é a graça sacramental?
R: A graça sacramental consiste no direito que se adquire, recebendo qualquer Sacramento, de ter em tempo oportuno as graças atuais necessárias, para cumprir as obrigações que derivam do Sacramento recebido. Assim, quando fomos batizados, recebemos o direi to a ter as graças necessárias as para vi vermos cristãmente.
Dão sempre os Sacramentos a graça a quem os recebe?
R: Os Sacramentos dão sempre a graça, contanto que se recebam com as disposições necessárias.
Quem deu aos Sacramentos a virtude de conferir a graça?
R: Foi Jesus Cristo que, por sua Paixão e Morte, deu aos Sacramentos a virtude de conferir a graça.
Quais são os Sacramentos que conferem a primeira graça santificante?
R: Os Sacramentos que conferem a primeira graça santificante, que nos faz amigos de Deus, são dois: Batismo e Penitência.
Como se chamam, por este motivo, estes dois Sacramentos?
R: Estes dois Sacramentos, isto é, o Batismo e a Penitência, chamam-se por este motivo Sacramentos de mortos, porque são instituídos principalmente para restituir a vida da graça às almas mortas pelo pecado.
Quais são os Sacramentos que aumentam a graça em quem a possui?
R: Os Sacramentos que aumentam a graça em quem a possui, são os outros cinco, isto é, a Confirmação, a Eucaristia, a Extrema-Unção, a Ordem e o Matrimônio, os quais conferem a graça segunda.
Como se chamam, por esse motivo, estes cinco Sacramentos?
R: Estes cinco Sacramentos, isto é, a Confirmação, a Eucaristia, a Extrema-Unção, a Ordem e o Matrimônio, chamam-se Sacramentos de vivos, porque aqueles que os recebem, devem estar isentos de pecado mortal, quer dizer, já vivos pela graça santificante.
Que pecado comete quem recebe um Sacramento de vivos, sabendo que não está em estado de graça?
R: Quem recebe um Sacramento de vivos, sabendo que não está em estado de graça, comete um grave sacrilégio.
Quais são os Sacramentos mais necessários para nossa salvação?
R: Os Sacramentos mais necessários para nossa salvação, são dois: o Batismo e a Penitência; o Batismo é necessário absolutamente para todos, e a Penitência é necessária para todos aqueles que pecaram mortalmente depois do Batismo.
Qual é o maior de todos os Sacramentos?
R: O maior de todos os Sacramentos é o Sacramento da Eucaristia, porque contém não só a graça, mas também ao mesmo Jesus Cristo, autor da graça e dos Sacramentos. § 3o - Do caráter que imprimem alguns Sacramentos
Quais são os Sacramentos que se podem receber uma só vez?
R: Os Sacramentos que se podem receber uma só vez, são três: Batismo, Confirmação e Ordem.
Por que os três Sacramentos, Batismo, Confirmação e Ordem só se podem receber uma vez?
R: Os três Sacramentos, Batismo, Confirmação e Ordem, podem-se receber uma só vez, porque imprimem caráter.
Que é o caráter que cada um destes três Sacramentos imprime na alma?
R: O caráter impresso na alma em cada um destes três Sacramentos, é um sinal espiritual que nunca se apaga.
Para que serve o caráter que estes três Sacramentos imprimem na alma?
R: O caráter que estes três Sacramentos imprimem na alma, serve para nos distinguir, no Batismo como membros de Jesus Cristo, na Confirmação como seus soldados, na Ordem como seus ministros.
GRAÇA HABITUAL
A Graça Habitual, que também chamada "Graça Santificante", a é um Dom do Espírito Santo infundido na alma da pessoa. Ela dá à pessoa a constante capacidade de agir de harmonia com as exigências da fé, da esperança e da caridade.
Esta Graça permanece na pessoa até que ela cometa um pecado atual. Todavia pode recuperar-se pelo arrependimento e a confissão sacramental. Esta Graça introduz os hábitos da fé, da esperança e da caridade e facilita a prática das boas ações.
O ideal da vida moral é o desenvolvimento da capacidade de praticar acções exigidas pela Lei moral e pela Lei do Amor, com maior facilidade; a infusão da Graça Habitual, torna tudo isto possível.
A Graça Habitual inclui as virtudes e os dons do Espírito Santo.
Assim o afirma S. Paulo:
- A esperança não nos deixa confundidos, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espirito Santo... (Rom.5,5).
E o Concílio de Trento (1545-1563), declarou :
- Se alguém afirmar que os homens são justificados só pela imputação da justiça de Cristo ou só pela remissão dos pecados, excluindo a graça e a caridade que são difundidas nos seus corações pelo Espírito Santo e que habitam neles, ou que aquela graça pela qual são justificados, é apenas um favor de Deus, seja anátema. (Sess. Vl.c.ll).
GRAÇA ATUAL
É a Graça que é concedida antes dos nossos atos e nos torna capazes de praticar boas ações.
Ela eleva as nossas faculdades para praticar boas ações e inspira-nos a um amor de justificação. Esta Graça pode ser e pode não ser necessariamente a mesma coisa que a auto-comunicação de Deus em diversas circunstâncias.
Contra o Pelagianismo e Semi-Pelagianismo, esta doutrina afirma a absoluta necessidade da intervenção divina para mover à justificação, à prática das boas ações e à fé.
Sem esta espécie de intervenção, tais boas ações ou movimentos de fé, não serão possíveis.
Contra o Jansenismo, a Igreja ensina que a Graça atual que não é eficaz ou salutar, se requer para a prática das boas ações.
Todas as formas de Graça têm um dinamismo natural para com as ações humanas e distinguem-se apenas pelo modo de aceitação de cada pessoa.
As Graças Atuais incluem a "Graça medicinal" que cura a pessoa dos efeitos do pecado, e uma "Graça sobrenaturalmente crescente" que dá às nossas ações um carácter sobrenatural.
O pensamento católico mantém que a lei natural não pode ser observada na vida de cada um sem a Graça Atual.
GRAÇA EFICAZ
É um aspecto da Graça Atual, na qual é dado o livre consentimento, de modo que assim produz o efeito desejado.
Báñez e os Dominicanos sustentam que a Eficácia da Graça depende da própria Graça, enquanto os Jesuítas e Molina afirmam que ela é concedida em situações relativas às disposições do recipiente.
Uns e outros estão de acordo em que o ato da vontade não era necessário e que produz os seus efeitos sem o ato positivo.
O Segundo Concílio de Orange (529), afirmou contra o Semi-Pelagianismo que "É Deus quem opera em nós, tanto na vontade como na ação", isto é, no querer e no fazer.
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
2001. – A preparação do homem para acolher a graça é já obra da graça. Esta é necessária para suscitar e sustentar a nossa colaboração na justificação pela fé e na santificação pela caridade. Deus acaba em nós o que começou, «porque começa de modo que, por sua operação, nós queiramos; e acaba colaborando com o nosso querer já convertido».(S.to Agostinho).
E Santo Agostinho diz ainda :
«É claro que nós também trabalhamos, mas não fazemos mais do que trabalhar com Deus que trabalha. Porque a sua misericórdia nos precedeu para sermos curados e nos acompanha ainda para que, uma vez curados, sejamos vivificados. Precede-nos para que sejamos chamados, segue-nos para que sejamos glorificados, precede-nos para que vivamos segundo a piedade, segue-nos para que vivamos para sempre com Deus, porque sem Ele nada podemos fazer».
A Graça é necessária para a Justificação.
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