sábado, 31 de agosto de 2013

A Fundação Ford

A Fundação Ford é uma organização privada, sem fins lucrativos, criada nos Estados Unidos para ser uma fonte de apoio a pessoas e instituições inovadoras em todo o mundo, comprometidas com a consolidação da democracia, a redução da pobreza e da injustiça social e com o desenvolvimento humano.
 
Criada em 1936, a Fundação Ford já contribuiu com US$ 13,3 bilhões em doações e empréstimos para auxiliar a produção e divulgação do conhecimento, apoiando a experimentação e promovendo o aprimoramento de indivíduos e organizações. Atualmente, não possui ações da Companhia Ford e sua diversificada carteira de investimentos é administrada para ser uma fonte permanente de recursos para custear seus programas e suas atividades.
 
O Escritório do Brasil, localizado na cidade do Rio de Janeiro, está entre os mais antigos dos dez escritórios que a Fundação Ford mantém no exterior, permitindo parcerias de trabalho mais próximas com indivíduos e instituições em várias regiões do globo. Nilcéa Freire é a representante da Fundação Ford no Brasil.
 
"A decisão do escritório central de Nova York de trabalhar fora dos Estados Unidos remonta à déca-da anterior, mais precisamente a 1951(...) Essa decisão fundamentou-se em três convicções: 1) a de que dar solução aos problemas internos dos Estados Unidos seria uma vitória vazia se o resto do mundo continuasse sujeito à ‘miséria e às agitações’(Ford Foundation, 1963, p. 2) ; 2) a de que a Fundação Ford dispunha de recursos suficientes para oferecer uma contribuição significativa na solução desses problemas em outros países; e 3) a de que, por ser uma organização independente, não-governamental, ela tinha autonomia para aplicar seus recursos em determinados países e na solução de determinados problemas, cumprindo sua missão de construir ‘os instrumentos sociais do progresso’, considerados tão importantes para a construção de uma nação quanto o comér-cio e o capital”.
 
É dessa forma que Nigel Brooke, ex-presi-dente da Fundação Ford (FF), descreve, em livro comemorativo dos 40 anos da presença da FF no Brasil, as motivações que levaram a instituição, fundada em 1936, a se expandir para o resto do mundo. O trecho livrar o “mundo da miséria e agitações” salta aos olhos e mostra que o objetivo da Fundação também era evitar que revoluções eclodissem pelo mundo.

Nesse período, o mundo vivia sob a égide da Guerra Fria. Quando o assunto é trazido à tona, as primeiras lembranças são a corrida armamentista, crise dos mísseis, guerra do Vietnã e corrida espacial. Outra face importante dessa guerra, no entanto, não aparece com tanto destaque, mas teve uma importância fundamental. A guerra ideológica patrocinada pelos Estados Unidos contra as revoltas populares e os ideais comunistas.

O Estado norte-americano, por meio de sua agência secreta, a CIA, patrocinou exposições, concertos, shows, principalmente na Europa, por meio de diversas fundações e institutos para comprovar as benesses do “mundo livre” americano, em contrapartida com a ditadura e o autoritarismo socialista, representado pela União Soviética. Essa história é descrita com riqueza de detalhes no livro Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria Cultural, de Frances Stoner Saunders.
 

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